Virgínia Seidl Silva – Psicóloga e Arteterapeuta – CRP 07/30718 – contato@napvs.com.br

Alguns autores da Psicologia utilizam o conceito de “ciclo de vida” como forma de diferenciar as diferentes etapas pelas quais passam os seres humanos desde o nascimento. Estes ciclos são vários, iniciando com a infância e adolescência e culminando com a maturidade e velhice.
Como adultos, desfrutamos de uma vida plena. Na maior parte do tempo temos total domínio sobre nós mesmos e sobre o ambiente onde vivemos. Neste período chamado de maturidade, o adulto consolida família, trabalho e se envolve em atividades relacionadas ao cuidado de seus descendentes (filhos). Pode envolver também o cuidado aos pais/avós, parte da família que está envelhecendo.
Mais para o final da maturidade as pessoas podem sentir a necessidade de diminuir seu ritmo de vida, procurar por atividades não tão intensas e por objetivos que lhe tragam maior acomodação. Muitos sentem vontade de fazer uma revisão da vida, rever vivências e experiências, saber o que valeu a pena e o que fariam diferente.
A entrada na velhice, para muitos, significa a libertação da necessidade de cuidado com filhos. O grande dilema está em perceber-se inteiro e pleno de saúde mas ao mesmo tempo dar-se conta das sucessivas perdas sensoriais, cognitivas e afetivas ligadas ao envelhecimento. Mesmo assim, alguns podem encarar essa fase com otimismo e satisfação, como um tempo de descanso e relaxamento.
Velhice e sabedoria estão intimamente ligadas. Muitos idosos têm prazer em dividir suas experiências e conhecimentos com os mais jovens. Aqui a sabedoria pode ser percebida como uma qualidade positiva. Conforme a psicóloga Arlete Portela Fontes os idosos sábios têm importância fundamental porque neles está depositada a herança cultural de um grupo. Suas memórias são fonte de conhecimento e seus aprendizados atuam como modelos para os mais jovens.
Muitos idosos, ou seus familiares, talvez percebam a necessidade de atendimento psicológico nesta fase do ciclo de vida. Os fatores podem ser os mais diversos e vão desde situações de crise ou estresse (convivência com doenças crônicas e incapacidades) até idosos saudáveis com vontade de desenvolver maior autoconhecimento. A psicoterapia com idosos pode ser realizada de forma individual com o atendimento no consultório, ou à domicílio, e apresenta altos índices de eficácia. Como esse grupo já faz uso de muitos medicamentos, aumenta a importância de intervenções não farmacológicas como a psicoterapia.