Carolina N. Ramos – Psicóloga CRP 07/33061 – Mestra em Psicologia Social e Institucional/UFRGS – (51) 998850120

É cada vez mais presente uma determinada questão no discurso de quem tem buscado psicoterapia: a ansiedade.
Junto da ansiedade, geralmente vem a preocupação de “dar conta”, ou seja, de caber em alguma expectativa criada por outrem, ou pela própria pessoa. Ao jogar uma lupa de aumento no meio dessa angústia, percebemos que a ansiedade e expectativa estão quase sempre juntas, como irmãs. A ansiedade, em alguns casos, mostra-se como efeito da elaboração de expectativas. Então, pergunto: por que criamos expectativas? É uma pergunta complexa e ampla, que abrange muitas respostas. Porém, observo um desdobramento muito comum relacionado à criação de expectativas, que é a busca em corresponder a um modelo. E os modelos são diversos. Modelo de beleza, de trabalho, de mãe, de filho, de família, de mulher, de homem, de status financeiro, e por aí vai. E assim, vamos observando uma grande dose de culpa gerada à medida que se torna impossível alcançar esses padrões.
Culpa, ansiedade, expectativas enredam-se na trama da busca por encaixar-se em padrões determinados. Por isso é necessário refletir o quanto isso nos custa, ao passo que esses padrões aprisionam outras formas de existir, ditando somente uma forma de viver. A questão que precisamos avaliar é o quanto esse processo implica em deixar para trás o que de fato desejamos, sendo esse um grande gerador de sofrimento. Desse modo, a psicoterapia se ocupa de atentar aos rastros do desejo, questionando para que(m) esses modelos servem.